StarOffice Editor

Apresentação: Este é o segundo artigo dedicado a suite ofimática StarOffice. O primeiro artigo, nos dá uma visão global de toda suíte, se centrava na criação de apresentações. Nesta segunda parte, estudaremos a ferramenta estrela de todo o pacote de escritório: o editor de texto.

Novas atualizações

Desde que escrevi o artigo anterior, passaram-se dois meses. Desde então, StarDivision tornou pública tres revisões [service pack] do StarOffice (http://www.stardivision.com). Mais que parches da distribuição, o que entregam é uma nova instalação completa. A estabilidade do programa melhorou muito e já funcionam corretamente todas as funções. Reconhece perfeitamente os símbolos especiais do teclado espanhol e catalão (acentos e tremas), suponho que também funcionará com outros teclados de outros idiomas. Junto com a distribuição vem um completísimo manual de instalação em (html e pdf), onde dá a resposta a todos os problemas que possam surgir.

No número anterior, fornecí um dado errado. Comentei que o desenho do StarOffice havia sido feito pnsando na portabilidade, e que só 20% do código era dependente do sistema operacional. O qual era certo na versão 3.1, mas com a versão atual (4.0) só 0.5% é dependente da implementação. Correção apontada por Michael, da StarDivision.

O processador de textos

Como comentei no número anterior, os desenhadores do Staroffice não quiseram reinventar a roda no que se refere a interface com o usuário, pelo que adaptaram a maior parte do look-and-feel do MsWord. É tão compatível com o Word que pode importar e exportar documentos no formato Word 6.0/95 e RTF (Rich Text Format).

Não pretendo fazer uma descrição à maneira do tutorial sobre este processador de textos, sim, mais uma descrição das capacidades com que conta este programa. Existem inúmeros livros, e não estou exagerando, em que se explica em detalhes profundos como utilizar processadores de texto.

Este artígo o estou escrevendo com o próprio editor de texto StarOffice.

Vejamos agora como é o ambiente de trabalho.

A janela de trabalho é composta pelos seguintes elementos:

• Barra de menús. Com as mesmas opções do Word, a excessão do menu tabelas.

• Barra de ferramentas de funções. Afora as funções de salvar, copiar- colar, fazer-desfazer e imprimir, também aparecem vários botões para poder "navegar" e para ativar funções avançadas, que veremos mais adiante.

• Barra de ferramenta de objetos, onde estão situados todos os botões relacionados com a edição básica do objeto, que em cada momento esteje selecionado, se é texto, aparecem os botões: tipo de letra, tamanho, negrito, itálica, alinhamento, etc.; se selecionamos um desenho se situam por: alinhamento, distribuição do texto ao redor, bordas, ponto de ancora, etc.

• Barra de ferramentas principal. A partir dela, podemos inserir a maior parte dos objetos disponíveis: tabelas, campos de controle, objetos OLE, desenhos, controles ativos, etc. Nesta mesma barra, encontramos também funções de auto-texto, auto-formatação, ortografia e busca.

• Barra de estado. Na parte direita, existem informações do estado do documento atual. Igualmente o que acontece no Word, também podemos modificar a informação que mostra. Na parte exquerda aparece um botão rápido para criar documentos e outro que nos leva diretamente ao gabinete raiz, depois aparecem como botões, todos os documentos (texto, apresentações, folhas de cálculos, páginas web, etc.) que tenhamos abertos. A parte esquerda se assemelha muito com a barra de tarefas do Windows 95, com o botão "Iniciar".

Estas são as barras de ferramentas tal como aparecem com a instalação, mas podemos configurá-las a nosso gosto, acrescentando o eliminando botões em cada barra ou inclusive criando novas barras. a localização espacial das barras é totalmente configurável, como sómente arrastá-las para o lugar do gabinete que desejarmos (exceto na barra de menús e a barra de controle, que tem que estar na parte superior e inferior respectivamente).

Para referirmos aos documentos, utilizamos endereços URL, tanto se é um documento local como um remoto.

Começa o trabalho

Para começar a escrever, primeiro temos que criar o documento. Isto podemos fazer ao menos de 4 formas distintas:

• Criando um documento em branco. Coisa que podemos fazer a partir de tres lugares diferentes:
  • Barra de menús File->New->Document.
  • Barra de Estado New->Document.
  • A partir do escritorio de trabajo (desktop) com o menú contextual (aparece piscando o botão direito do mouse).
• Utilizando gabaritos (template). StarOffice nos oferece uma ampla gama de gabaritos. Na janela de gabaritos, aparecem todos os gabaritos disponíveis e agrupados por temas, não por tipos de docmentos (apresentações, folha de cálculo, etc), pelo que pode ser o caso de que o gabarito que escolhemos corresponda com uma apresentação no lugar de um documento de texto normal.

• Com a ajuda do assistente, a partir do menú File. Dispomos de 10 assistentes para realizar, criar os seguintes tipos de documentos: Cartas, FAX, Agendas, Memórias, Apresentações, Páginas WEB, Tabelas, Resumo, Formulários e Consultas. Só geram documentos de texto, os assistentes de cartas, fax, agendas e memórias.

  Dispomos de uma ajuda On-Line através de globos de ajuda. Também podemos ativar globos extendidos (Help->Extended_Tips) para ter uma ajuda realmente completa.

Editando texto

Foi dividido em tres partes as funcionalidades oferecidas por StarOffice. Dependendo do conhecimento que tenhas dos processadores de texto e do que necessites, poderá pular algumas das seguintes seções.

Edição básica

Tem todas as funcionalidades básicas para trabalhar sobre o formato de letra. Na barra de ferramentas de objetos temos botões rápidos para acessar os atributos mais utilizados:

A estes e outros atributos, podemos acessar e modificar desde o menú de contexto. A partir da barra de menú (Format->Character), podemos abrir uma janela de diálogo, onde teremos acesso a todos os atributos.

Com relação ao formato do parágrafo tão pouco, ou nada falta. Na barra de objetos, junto aos botões de negrito etc. temos botões para alinhar, selecionar numerações, ou ítens para identar parágrafos. Também podemos modificar os atributos dos parágrafos a partir dos menús de contexto e da barra de menús. O gerenciamento dos pontos de tabulação é completamente identico como fazemos no Word: utilizando a régua horizontal.

Que levantem a mão os que tenham tido problemas com o MsWord na hora de configurar o formato de página. Extranhemente no MsWord, o formato de página está distribuido por várias janelas de diálogo, e as que acessamos a partir de vários pontos na hierarquia dos menús. Por sorte, no StarOffice, todas as características da página, podem ser modificadas a partir de uma única janela de diálogo: Format->Page. Algumas das operações mais habituais, podemos encontrar também na barra de ferramentas principal. Daqui definimos o tipo de página (Letter, A3, A4, etc.), o tamanho do cabeçalho e rodapé da página, o estilo de bordas, a cor de fundo, assim como o número eestilo das colunas (no caso de querermos distribuir o texto em várias colunas).

As opções para imprimir em papel são bastante escassas, só permite imprimir em impressoras PostScript. De todas as formas, se nosso sistema está bem configurado com o filtro correspondente (normalmente será o gs) no arquivo /etc/printcap, poderemos imprimir sem problemas

Uma das primeiras características que incorporaram os processadores de texto, foram os tipos de estilos. Os estilos são um conjunto de atributos --de letra, de parágrafo ou ambos-- agrupados em um nome. Por exemplo, podemos definir o estilo "título" com letra helvética, 14pt, negrito e itálico. Toda vez que tivermos que criar um novo título, só teremos que atribuir-lhe ao estilo "título". As vantagens são evidentes:

• todos os títulos do documento terão o mesmo aspecto.

• podemos criar cada título mais rápidamente (só temos que aplicar o estilo, e não 4 estilos individuais).

StarOffice oferece toda uma série de estilos predefinidos que podemos utilizar no caso de não querermos criar nossos próprios estilos.

É interessante dispor de muitos estilos para poder escolher o mais conveniente ao tipo de documento que estamos escrevendo, mas, não é desejável ter que "procurar" o estilo que temos escolhido entre a enorme lista de estilos disponíveis. A forma que StarOffice apresenta os estilos é muito correta. Os estilos que tivermos aplicado ao documento atual, aparecem em uma lista livre na barra de objetos, pelo que no principio, só é necessário procurá-lo uma vez na lista global de estilos. Por outro lado, a lista global de estilos (que podemos ativar, clicando o botão ) permite organizá-la de várias formas: automática (em função da janela em que se baseia o documento, StarOffice seleciona os estilos mais apropriados); todos os estilos; estilos aplicados; estilos HTML; criados pelo usuário; ou em forma de árvore hierárquica.

A par de que podemos selecionar o conjunto de estilos que queremos ter disponíveis, os estilos estão também organizados em função do principal atributo que o definem: estilo de parágrafo, de caráctere, de página ou de frames. Se bem os mais úteis, como estilos de parágrafos.

Dispomos de um bom dicionario de sinônimos. Por enquanto só disponível na versão Inglês e Alemão.

As tabelas são outra apreciada característica de todo bom processador de textos. Uma curiosidade que me chamou a atenção do MsWord, é que não podemos unir células verticalmente. Aqui não temos este problema.

Outra coisa que também fazia falta no MsWord é a pouca potencia de cálculo que oferecem suas tabelas, em outras palavras, uma tabela do Word está muito longe de poder utilizar como folha de cálculo -- entre outras, o que me ocorre que desta forma nos "motivamos" a comprar uma folha de cálculo --. as tabelas do editor de textos (que não tem nada a ver com as folhas de cálculo deste mesmo pacote), são autênticas folhas de cálculo, a barra de objetos se transforma em uma completa interface para produzir formas nas células. Para construir as fórmulas, podemos usar o mouse para marcar um conjunto de células.

Os marcos (frames) permitem situar o texto e outros objetos dentro de uma página com absoluta liberdade, Dentro de um frame, podemos inserir os objetos que quisermos (tabela, imagens, texto, etc.). O frame se comporta como um container de objetos, se movemos o frame, todos os objetos dentro deste frame, se moverá junto. A distribuição dos objetos dentro do frame, segue as mesmas leis de uma página normal.

Dispomos de duas formas para distribuir o texto em várias columnas: (1) aplicar a distribuição de colunas em todo o documento; (2) criar uma estrutura de colunas dentro de um frame flutuante. Com este segundo esquema, evitamos o incômodo método que tem que utilizar no Word para ter documentos compostos de páginas com distinto números de colunas.

Edição Avançada

Uma vez que tenhamos escrito todo um documento, podemos reorganizar os parágrafos rapidamente mantendo a tecla "CTRL" pressionada e movendo com as teclas do cursor ( igual que com "SHIFT"-"ALT" no MsWord).

Podemos criar expresiones matemáticas bem apoiado por um menú de opções, ou escrevendo de forma muito parecida como se escrevessemos no LaTeX. Esta expressão:

sum from {i le t le n} { 1 over {x_i + y_i } b_{ij} } = {prod from {k %notequal i} x_k - x_k } over {prod from {k %notequal j} x_k - x_k }

nos dá como resultado a seguinte fórmula:

Uma possibilidade um tanto curiosa, é a de poder inserir texto animado. Este texto se desprega horizontalmente com um movimento uniforme, aparecendo pela direita, e quando passar todo o texto, volta a repetir o processo desde o início. Com este tipo de objetos, o documento é convertido em algo vivo e divertido.

Podemos iserir u,a grande variedade de controles (botões, caixas para marcar, campos de texto, etc), similares aos utilizados nos formulários HTML. Uma vez inseridos, se comportam como objetos ativos sobre o que podemos atuar. Podemos associar uma macro (escrita em StarBasic ou em JavaScript) com alguma ação do objeto. É algo como criar formulários ou uma espécie de programação visual.

A partir de uma tabela com dados numéricos, podemos gerar um gráfico de barras. Não mostrarei aqui todas as opções que StarOffice nos oferece para criar e modelar gráficos de barras, pois quero acabar este artigo antes que apareça a próxima versão. Só comentar que os gráficos de barras são objetos OLE tal qual acontece no Windows, todos os menús do programas são convertidos nos menús da aplicação em questão.

Afora o gráfico de barras, que é um objeto OLE, também podemos inserir outros objetos, uma folha de cálculo ou uma imagem.

Sómente os experts no Word se atrevem a utilizar com desenvoltura os estilos. No StarOffice a situação é completamente distinta, o conceito de estilo está perfeitamente integrado co de edição. Para criar um estilo sómente temos que selecionar o objeto que queremos utilizar como modelo (por exemplo um parágrafo) e clicar o botão de criação de estilo (localizado na janela de estilos ), lhe damos o nome que queremos e já teremos o estilo criado. A partir deste momento este novo estilo aparacerá na janela de estilos. É evidente que com este método de trabalho é necessário o botão de "copiar estilo" do Word, se pensarmos com moderação, chegaremos a conclusão que o botão de copiar estilos que aparece no Word é uma imitação ao sistema de estilos. Modificar um estilo é igualmente fácil, selecionamos o objeto que contém o conjunto de atributos desejados e clicamos no botão de atualizar estilo (lembre-se que se quiseres modificar é um estilo de parágrafo, teremos que ter selecionado o símbolo de final de parágrafo, , que é o que contém os atributos do parágrafo).

O navegador () é uma janelaem que aparecem listados todos os objetos que contém o documento, agrupados por classes: Cabeçalhos, tabelas, marcas, figuras, objetos OLE, seções, refreências bibliográficas, ligação, índices e notas. A partir desta janela podemos "navegar" pelo texto, levando o cursor a qualquer destes objetos.

A combinação do explorador () e do "t;beamer" () nos permite explorar os aequivos do disco, incluida na galeria de gráficos incorporados no StarOffice, e inserí-los em nosso documento, sómente arrastando a partir da janela do "beamer". As janelas que inicialmente aparecem no explorador, as podemos acrescentar (utilizando o menú contextual) todas as janelas que contenham arquivos que vamos utilizar. Se esquecemos o nome do arquivo, o explorador também incorpora uma utilidade de busca.

Já não tens que preocupar-se em trabalhar com documentos grandes. Cada capítulo que escrevermos em um documento será independente e logo juntaremos a todos os documentos em um documento mestro. O documento mestre, é um tipo especial de documento composto de ligação aos documentos que contém os distintos capítulos. É no documentto mestre onde definiremos os atributos da página (cabeçalhos, rodapés, largura e altura da página, etc.), perdendo-se qualquer atributo da página que tiveram os documentos independentes. Sobre o documento mestre, criamos os índices e as tabelas de conteúdo. Como já é costume, no StarOffice, dispomos de uma janela com todas as ferramentas necessárias para poder "navegar" fácilmente por todos os documentos que compõem o documento mestre. A qualquer momento teremos uma visão completa do documento final.

A forma de trabalho é a seguinte: quando criamos um documento mestre novo, arrastamos cada um dos documentos que contém os arquivos a partir do "beamer" ao "navegador", Logo inseriremos os índices, que se ajustam aos cabeçalhos e números de página à gosto e pronto para imprimir. Se no último momento queremos mudar alguma coisa, sómente temos que clicar duas vezes no navegador sobre o documento que querems modificar e o editamos sobre outra janela distinta. Para poder unir corretamente todos os documentos (por exemplo se queremos acrescentar uma página em branco entre dois capítulos) podemos acrescentar texto no documento mestre.

Conclusões

Com o service pack 3, alcançamos um nível de contribuição e robustez que está a altura do usuário do Linux mais exigente (usuários que conseram o botão de reset como sendo inútil).

No que se refere aos requisitos de hardware necessários para poder executar StarOffice, não é um programa especialmente pequeno, como podemos ver:

   ps -m | grep soffice
   PID TTY MAJFLT MINFLT   TRS   DRS  SIZE  SWAP   RSS  SHRD   LIB  DT  COMMAND
   ...
   302   1  22258   6063  3248 32812 50064 14004 36060 18096     0 4460 soffice.bin 

o "programinha" está consumindo 50Mb. se estiver sendo utilizado em uma máquina com 64Mb.

No que diz respeito a velocidade de execução, supondo que dispõe de suficiente memória, é muito rápida. Tanto as operações de edição rápida, como as operações mais complexas (trabalhar com tabelas, objetos, OLE, ou mover-se por documentos grandes) pode-se realizar sem nenhum tipo de atraso apreciável. Onde podemos conseguir um bom rendimento é na velocidade de impressão, podemos imprimir em questão de segundos, documentos com mais de 100 páginas.

Faltam apresentar muitas outras funcionalidades do processador de textos StarOffice, mas creio que o leitor pode ter uma ideia bastante exata do que pode esperar desta suíte.

O processador de textos do StarOffice cobre perfeitamente as necessidades de edição de qualquer usuário, e inclusive oferece algumas características DTP (DeskTop Publishing). Graças a capacidade de importar arquivos em vários formatos (RTF, HTML, Word6.0/95), podemos realizar uma migração para esta suíte sem ter que perder documentos antigos. Em questões relativas ao uso do programa, o aspecto da interface e funcionalidades que foi implementado, é comparável ao que oferece o conhecido MsWord97, por outro lado (e por sorte), em questões a robustez e conviabilidade, StarOffice, sai ganhando.